"...Mas o quociente de dor que a gente sofre já não é chocante o bastante para não precisar de uma amplificação ficcional, que dê às coisas uma intensidade que é efêmera na vida e que por vezes chega a passar despercebida? Não para algumas pessoas.
Para umas poucas, muito poucas, essa amplificação, que brota do nada, insegura, constitui a única confirmação, e a vida não vivida, especulada, traçada no papel impresso, é a vida cujo significado acaba sendo mais importante..." (Philip Roth, Fantasma Sai de Cena).

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Sonhos

Sonhei que um furacão aparecia no horizonte, terrível e gigantesco. Aproximou-se e fez o prédio em que eu morava ruir no mar. Como estava dentro do meu apartamento, tombei junto com o prédio, afundando em águas turvas. Sobrevivi, e boiando como um náufrago pude ver que a parte da cidade em que eu morava havia sido devastada. Mas outra parte, uma parte rica e distante, continuava intacta. No meu sonho, essa parte intacta era a ilha de Manhattan.

Nada a ver com astros, zodíaco, presságio.

Apenas uma representação, uma coleção de símbolos. Um cenário em que nenhum elemento que o compõe tem o significado convencional, mas sim outro significado, único e pessoal, acessível apenas pelo inconsciente que o elaborou...

Quando acordei no meio da noite, já sabia o que o sonho significava.

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