"...Mas o quociente de dor que a gente sofre já não é chocante o bastante para não precisar de uma amplificação ficcional, que dê às coisas uma intensidade que é efêmera na vida e que por vezes chega a passar despercebida? Não para algumas pessoas.
Para umas poucas, muito poucas, essa amplificação, que brota do nada, insegura, constitui a única confirmação, e a vida não vivida, especulada, traçada no papel impresso, é a vida cujo significado acaba sendo mais importante..." (Philip Roth, Fantasma Sai de Cena).

sábado, 28 de fevereiro de 2009

"Ars Gratia Artis"

A despeito da complexidade do ser humano, certas situações de vida são tão universais que conseguem ser resumidas em uma canção...

"I'm so tired, I haven't slept a wink
I'm so tired, my mind is on the blink
I wonder should I get up and fix myself a drink no, no, no...

... you know I'd give you everything I've got for a little peace of mind..." (Lennon/McCartney).

Da mesma forma, embora se habite um universo de infinitas possibilidades (sedutor, não?),
o instante presente é sempre o resultado de uma equação inevitável: circunstâncias+você.

Estou apenas plagiando a filosofia de Ortega y Gasset: "um homem é um homem e suas circunstâncias..."

Vejo isso claramente noutra canção:

"Sometimes a man gets carried away, when he feels like he should be having his fun
And much too blind to see the damage he's done
Sometimes a man must awake to find that really, he has no-one" (Jeff Buckley).

Vai ver essas impressões são coisas de uma cabeça de Jovem Werther; uma visão idealizada de mundo talvez.

Ou vai ver "essa lua esse conhaque botam a gente comovido como o diabo", como explicaria com maior sinceridade Carlos Drummond... (poema das sete faces).

"Arte pela arte", ou um significado transcendental em todas as expressões de nossa condição humana.... Tudo é uma questão de ponto de vista (pra quem tem!), e tudo pode se resumir a uma idiossincrasia (pra quem acreditar nisso).

Mas, na dúvida, vou pedir piedade, pois há um incêndio sob a chuva rala...

... somos iguais em desgraça, vou cantar o blues da piedade.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Não-julgamentos.

Fora da Ilha metafórica, a realidade impressiona. Retomando contato com o que acontece no mundo, percebo (como tantas vezes percebi, percebi e esqueci) que as coisa não vão bem...

Mas como eu cansasse de juízo de valores, cansasse de escrever sobre minha percepção estreita e antiquada do mundo, cansasse dos meus preconceitos e do fardo ideológico que carrego, resolvi escrever esse post sobre não-julgamentos

Para não julgar, trago três notícias que me atingiram nesse passeio pelo mundo externo.

Notícia 1.

Yeda Crusius mandou uma carta ao Paulo Sant'ana. Disse-lhe que era um desabafo; disse-lhe que era pessoal (que ia manuscrita, como nos velhos tempos); e explicou-lhe:

"Esta é da decisão de escrever, é num lindo domingo, uma mensagem pessoal – entenda, não deve ser pública."

O que o destinatário fez com a missiva - particular - que recebera???

Publicou-a.

Notícia 2.

Jade Goody, uma jovem inglesa cujo câncer está em fase terminal, vendeu o direito de transmissão exclusiva de seu casamento .

A doença disseminada pelo corpo de Jade e a irreversibilidade de seu quadro clínico anunciam a iminência da morte. A transmissão do casamento na mídia, ao preço de 750 mil libras, bem como o acompanhamento dos últimos dias de Jade vêm causando comiseração pública na sociedade inglesa.

O site do jornal “O Estadão” pintou as cores da cerimônia:

“A noiva estava careca por causa da quimioterapia, e carregava uma bolsa de analgésicos 'escondida' pelo design do vestido, que foi adaptado para tal; o noivo está em liberdade condicional depois de agredir um adolescente com um taco de golfe.”

Comentários há de que Jade deseja que sua morte seja transmitida na televisão, como em um reality show...

Notícia 3.

Uma senhora morava com um chimpanzé de 90 quilos nos Estados Unidos. Semana passado, o primata (o de 90 quilos) tentou matar uma amiga de sua dona. A vítima do ataque quase morreu.

Segundo a Agência Reuters,

"citando vizinhos, a mídia local disse que o chimpanzé em geral se comportava bem e participava de atividades humanas como navegar na Internet e assistir a jogos de beisebol na TV. Ele se sentava à mesa, comia carnes caras e bebia vinho, escovando os dentes após as refeições."

O chimpanzé que comia carnes caras, bebia vinho e escovava os dentes foi morto pela polícia local - não porque violasse alguma regra de etiqueta à mesa, mas por atacar um indivíduo da espécie mais evoluída...

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Não-julgamentos.

Não vou julgar se houve violação à intimidade da autora da missiva. Se o comentarista, imbuído pelo desejo de causar estardalhaço, magoou os sentimentos de quem se confessava sua amiga. O que é intimidade, o que vale a confiança? Um não-julgamento não permite tais investigações.

Não vou especular se Jade Goody é mais uma faceta de uma sociedade sádica, que, por se comprazer com o sofrimento alheio, anseia por presenciar os últimos momentos de uma mulher em sofrimento. Não há conclusão possível, pois isso exigiria um julgamento acerca dos interesses e valores contrapostos no caso.

Por fim, não vou julgar se a senhora americana que morava com um chimpanzé de 90 quilos estava certa ou errada. Deveria ela ter privilegiado o relacionamento com um ser humano? Deveria ela ter adotado uma criança senegalesa, ao invés de um chimpanzé? Haveria falta de bom senso em domesticar um animal de 90 quilos? Pode ser considerado ofensivo (a quem não tem o comer, por exemplo) o fato de um chimpanzé ser tratado à boa mesa?

Julgamentos que não serão feitos.

Cada um reflita se quiser. E se puder.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

enfim...

Não sou de postar relatos da minha vida. Não gosto do tom da narração, quanto mais de eventos cotidianos. Mas, para explicar o último post, sinto-me obrigado a fazer um breve relato.

Começa com a saída da Ilha (metafórica, já expliquei), na companhia de amigos e aos cuidados de um motorista com assumida tendência suícida (jamais vá com quem deseja inconscientemente encontrar aquele por quem os sinos dobram...). Mas enfim, a piorar a situação já por si ruim, veio o temporal... nuvens pesadíssimas e negras, rumo as quais nos dirigimos sem ter noção exata do que fazíamos (me lembrei depois de"A Linha de Sombra", do Joseph Conrad, pelo mistério em que se embrenharam os marinheiros...).

Resumindo a opera (pois não posso me estender: a bateria do lap está acabando; estou em uma rodoviária à espera de um bus): no meio do fim dos tempos, com granizo, vento e 0% de visibilidade, não paramos, não houve nada... só restou a experiência ruim de não ter o comando do barco... de depender de fatores externos e de outras pessoas...

...mas a vida não é assim mesmo, afinal?

fim dos tempos

estamos no meio de um temporal... já pedi para o motora parar... nao dá pra ver nada... nao sei como tenho sinal ainda... medo........ voltaremos.... espero.......

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Since I've Been Loving You

Since i've been loving you é um blues do álbum Led Zeppelin III - um disco primoroso, com violões em afinações inusitadas (friends), guitarras sobrepostas (immigrant song) e melodias cinzentas (tangerine).

Since i've been loving you é melancolia musicada.

Uma música destilada por um século, em um barril feito com o barro do Mississipi, forjado na fog londrina.

Alguém disse que é impossível escutar Grace, do Jeff Buckley, e continuar sendo a mesma pessoa...

Pois Since não exerce esse efeito de mudança em mim, mas o efeito da emersão de um pedaço do passado no momento presente.

E cada vez que a ouço, são dez, quinze anos que desaparecem, e volta o quarto da minha adolescência, a janela da minha adolescência, volta o inverno, a solidão...

Since é a confirmação da teoria da relatividade na minha vida: um túnel ligando o passado e o presente.

Duas frações de tempo flutuando na mesma névoa, ao mesmo som: pura melancolia musicada.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Provocações

Dia desses, recorrendo a um dos poucos canais de televisão cujos sinais são transmitidos aqui na Ilha (à exceção daqueles tantos que prometem "a-salvação-na-graça-do-senhor-jesus-aleluia-meus-irmãos" e o escambau...), caí no programa PROVOCAÇÕES (http://www.tvcultura.com.br/provocacoes/abujamra.htm).



Havia uma entrevista com um sujeito até então complemente desconhecido pra mim... Zéu Britto (o desconhecia mais pela minha ignorância do que pela falta de fama dele).

Se eu houvesse apenas escutado uma de suas músicas, talvez o achasse apenas ridículo (muitos devem conhecer o hit "raspadinha", que começa com "te empresto meu prestobarba baby..." e vai por aí afora - v. http://www.zeubritto.blogger.com.br)./

No entanto, certas provocações que ele fez - devidamente filtradas pela noção de que muito é marketing e só o resíduo parece ser sincero - não me permitem chegar a essa conclusão apressada.

Não vou comentar sobre tudo que ouvi, pois não valeria o tempo (o tempo de vocês, não o meu, que é infinito pra escrever....). Mas vou resumir tudo o que ele disse (e, por que não, o que ele representa) nas palavras finais que o Abujamra lhe permitiu dizer.

"...se você tem algum preconceito, se enterre, não viva. Porque a vida está cheia de pessoas e cada uma delas tem um jeito...".

Talvez não tenham sido esses os termos, mas foi isso que eu entendi e guardei. E, sobre isso, acho desnecessário tecer maiores comentários. Na verdade, faço apenas uma singela reflexão íntima: tudo que nos afasta do conhecimento empírico da vida não nos engrandece, apenas nos encerra num mundo hipotético (criado para nos proteger da dor da frustração).

Desculpe se não estou sendo claro - é isso que acontece quando a idéia vai surgindo enquanto escrevemos! - mas o sentido do parágrafo acima pode ser esclarecido assim: o mundo é rico em preconceitos, pois os preconceitos nos protegem de vivermos a dor do mundo real (frustrações, mágoas, angústia), e isso é uma consequência natural de uma sociedade que almeja o prazer absoluto, o sucesso absoluto e que - por via de consequência - marginaliza e retira a importância de tudo que está aquém desses parâmetros absurdos e irreais (que só convêm a quem?).

Deve ter ficado mais confuso ainda, não? Não importa. Estou falando sobre tentativa e erro. Tentando reviver a importância do erro. Logo, esse post não seria um reflexo verdadeiro desse meu momento - "eu que já não quero mais ser um vencedor..." - se não fosse confuso, se não "houvessem" erros...

Nem sei mais o que queria dizer quando comecei a escrever...
...e isso é ótimo.

Poema

A poesia está guardada nas palavras – é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as
insignificâncias ( do mundo e as nossas ).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado e chorei.
Sou fraco pra elogios.


(Manoel de Barros).

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

À minha irmã

Reflexão filosófica nº.... (alguém vê pra mim em qual número paramos...):

Por que magoamos as pessoas de que gostamos?


Um fato ocorrido há minutos me levou a meditar sobre o que nos leva a magoar as outras pessoas (essa pergunta poderia ser uma espécie do gênero “por que fizemos toda sorte de bobagem na nossa vida?”).

Bem, eu tenho uma resposta-teoria.

Em primeiro lugar, devo esclarecer que não tenho qualquer compromisso com a verdade. Aliás, nem acredito nela. Acredito, isso sim, em Manoel de Barros, que disse:

“há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira”.

Feito esse alerta, desde já dou resposta à pergunta inicial: o desejo.

O nosso desejo é o culpado por tudo de errado que fizemos às pessoas de que gostamos.

Explico. Se atendemos ao apelo de nosso desejo sem ponderar os sentimentos alheios, não há dúvida: magoamos alguém.

Por outro lado, se deixamos de lado o nosso desejo em algum contato afetivo (buscando satisfazer a quem gostamos), logo nos sentimos frustrados, e disso decorre uma série de consequências ruins que invariavelmente desembocam em um ato mais ríspido, em uma ironia menos sutil, um esquecimento relevante e... pronto: magoamos alguém.

Mas, e eis a nota menos óbvia na composição dessa reflexão: pior do que atender ou recalcar um desejo, é nem sequer o conhecer.

Não conhecer o que desejamos é o caminho mais curto para um desentendimento, é uma forma rematada de ferrarmos com tudo.

Porque – me desculpem os entendidos no assunto, por tatear entre conceitos que não domino – os desejos jamais desaparecem; só mudam as formas com que damos vazão a eles.

Assim, desejar e não conhecer o desejo, é como caminhar sem saber pra onde se vai: geralmente redunda em perda de tempo e frustração.

Mais do que isso, o desconhecimento dos nossos anseios nos sujeita a investir imensas quantidades de tempo e energia em simulacros de satisfação.

E a vida é cheia de atos que parecem saciar uma necessidade, mas se dirigem a outros fins... comer demais, beber demais (não é a fome nem a sede que se sacia....).

Até escrever um blog pode ser um meio de se enganar (mea culpa).

Porém, se conhecemos o que queremos e empregamos os meios adequados, o tempo não é perdido.

Por exemplo, se eu não soubesse qual desejo me levou a escrever essas palavras, talvez eu me arrependesse pelos 50 minutos passados à frente do computador (afinal, há muito a fazer....e tão pouco tempo....).

Mas eu sei o que me levou a escrever esse texto. Por isso o cansaço dos meus olhos não será em vão:

desculpa.

Dylan, Morrison e eu

Eu sou muito influenciável. Muito impressionável. Suscetível demais a coisas interessantes. Sejam pessoas, filmes, músicas, ou, no caso, livros.

Quando me deparo com alguma dessas fontes irradiadoras de adoração ou culto, me sinto um barco à deriva, levado por uma força muito, muito, maior.

Estou falando do impacto que me causou, aliás, está me causando, ler o livro On The Road, do Jack Kerouac. Quem já leu o livro, deve estar pensando: é só mais um sofrendo o impacto.

Não duvido disso. Aliás, a repercussão da obra está muito bem registrada nas palavras do Eduardo Bueno - que introduziu e traduziu a edição de bolso da L&PM. Olhem só:

"...nenhum livro deste século terá deflagrado uma revolução comportamental maior que a obra de Kerouac".

E muito mais contundente é a seguinte afirmação:

"Bob Dylan fugiu de casa depois de ler On the road (...) Jim Morrison fundou The Doors".

Dylan e Morrison. Depois disso, nada mais é preciso dizer sobre o impacto cultural do livro.

Mas, voltando ao que dizia inicialmente, eu me senti extremamente suscetível ao enredo acelerado e viciante do livro: tive vontade de implementar uma revolução tal na minha vida que equivaleria a fugir de casa, mesmo já morando sozinho....

Tudo isso porque a vida me impressiona, porque as infinitas possibilidades não vividas parecem como mil vidas desperdiçadas, como mil caminhos não trilhados e mil pessoas jamais conhecidas...

E, tendo isso dentro de si, não há como não se sentir impulsionado rumo à vida, ao ler uma obra em que o desapego do protagonista pelos padrões da vida sensata e socialmente aceita é apenas a parte menos importante... A parte mais importante para Sal Paradise (o protagonista) não é a rejeição ao seu status social, nem mesmo é a rejeição a qualquer standart cultural ou à lema político-ideológico, mas é tão-só a busca pelo contato mais íntimo com a vida, pelo conhecimento mais empírico sobre o mundo.

Não sei a que o livro me levará, mas sua força impulsora já está em mim...

"How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown?"

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Al lado del camino

Todos os dias, faltando umas duas quadras para chegar em casa, eu inconscientemente tiro do bolso as chaves do apartamento, seguro-as na mão e vou caminhando assim até encontrar a porta esperada.

Faço isso ao meio-dia. Faço isso no final da tarde. E quase sinto o conforto dos meus chinelos com esse gesto de antecipar outro gesto: segurar as chaves antes de chegar, para abrir a porta de casa antes de estar lá.

Percebi nessa mania uma representação de algo maior na minha vida: meu anseio por estar sempre em um lugar em que ainda não cheguei.

Se parar pra pensar, sempre fiz isso. Quase sempre (raras foram as exceções) meu corpo estava em um lugar, mas minha mente já ia adiante.

Isso demonstra que sou uma pessoa insatisfeita? Ou simplesmente ambiciosa? Ou as duas coisas?

Não sei, mas por tentar sempre antecipar um momento desejado, pela força de querer alcançar um espaço à frente – me pergunto agora –, quanto coisa deixei passar pelo caminho?

Quanta coisa não vi à minha volta, simplesmente por não estar realmente presente, por não viver o momento vivido, mas tão-só o momento imaginado, anunciado...

Quando li a citação que abre “Ensaio sobre a cegueira”, me lembro bem, pensei como aquilo servia para mim –“Se podes olhar, vê. Se podes ver, enxerga”.

Dizem os psicanalistas que “o fim do desejo é a morte”; ou “estamos sempre desejando algo”.
Tudo bem. Até acredito que o constante desejar seja algo ínsito ao ser humano. Mas viver o presente apenas por conta do futuro desejado não me parece bom.

Não exageremos, meu caso não é tão ruim quanto parece.

Mas se pudesse, gostaria de ser como o personagem de “Al lado del camino”, que se contenta em abrir os olhos e estar vivo...

"Me gusta estar a un lado del camino fumando el humo mientras todo pasa
me gusta abrir los ojos y estar vivo
tener que vérmelas con la resaca
entonces navegar se hace preciso
en barcos que se estrellen en la nada
vivir atormentado de sentido
creo que ésta, sí, es la parte mas pesada " (Fito Paez).

Às moscas

O blog andou às moscas... eu sei. Não pude escrever nada nos últimos dias. E se volto à carga agora, é menos por vontade do que por necessidade...

"A palavra é o testemunho de uma ausência. Escrevemos, antes de tudo, para testemunhar nossas faltas, quer procurando supri-las, quer buscando carinho para aliviar a dor. Escrevemos para dizer o que não sabemos, o que não amamos, o que não somos - mas queremos".

O trecho é do livro Redação Inquieta, do Gustavo Bernado, o qual será objeto de maiores comentários tão-logo seja possível.