"...Mas o quociente de dor que a gente sofre já não é chocante o bastante para não precisar de uma amplificação ficcional, que dê às coisas uma intensidade que é efêmera na vida e que por vezes chega a passar despercebida? Não para algumas pessoas.
Para umas poucas, muito poucas, essa amplificação, que brota do nada, insegura, constitui a única confirmação, e a vida não vivida, especulada, traçada no papel impresso, é a vida cujo significado acaba sendo mais importante..." (Philip Roth, Fantasma Sai de Cena).

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

enfim...

Não sou de postar relatos da minha vida. Não gosto do tom da narração, quanto mais de eventos cotidianos. Mas, para explicar o último post, sinto-me obrigado a fazer um breve relato.

Começa com a saída da Ilha (metafórica, já expliquei), na companhia de amigos e aos cuidados de um motorista com assumida tendência suícida (jamais vá com quem deseja inconscientemente encontrar aquele por quem os sinos dobram...). Mas enfim, a piorar a situação já por si ruim, veio o temporal... nuvens pesadíssimas e negras, rumo as quais nos dirigimos sem ter noção exata do que fazíamos (me lembrei depois de"A Linha de Sombra", do Joseph Conrad, pelo mistério em que se embrenharam os marinheiros...).

Resumindo a opera (pois não posso me estender: a bateria do lap está acabando; estou em uma rodoviária à espera de um bus): no meio do fim dos tempos, com granizo, vento e 0% de visibilidade, não paramos, não houve nada... só restou a experiência ruim de não ter o comando do barco... de depender de fatores externos e de outras pessoas...

...mas a vida não é assim mesmo, afinal?

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